sábado, 16 de junho de 2012

Eu cresci. […]

Simples assim. Muito clichê pra alguém que odeia clichês, mas eu também gosto da verdade. E não tem veredicto mais óbvio do que este: cresci. Mudei. Evoluí deve ser a palavra mais adequada. Pro teu desespero, deixei de ser a menina desesperada por carinho e atenção que passava a madrugada ansiando por um “oi” que viesse de ti. Deixei de ser a idiota completamente entregue e à deriva dos próprios sentimentos que mendigava um beijo seu. Eu deixei de ser idiota. Olha o clichê aí de novo… Mais uma vez tô fugindo do meu objetivo de fazer um texto diferenciado sobre menininhas idiotas que têm o coração partido por menininhos idiotas e se tornam filhas-da-puta independentes e autosuficientes. Impossível ser mais música da Taylor Swift. Impossível ser mais previsível. Parece o tipo de coisa que você lê numa revista adolescente ou vê em um filme de comédia romântica. Que lixo. Que lixo me sentir como todo mundo, que lixo estar livre, estar só, estar feliz. Que lixo me dar conta de que estou viva…. Logo eu. Eu, adepta das esperas por ligações que nunca chegam e cliente assídua do psicólogo. Logo eu que prezo tanto a obscuridade de um amor não-correspondido, o inferno de nunca-ser-boa-o-suficiente, o prazer na auto-mutilação. Logo eu tô aqui sendo forte, resistindo, existindo. Tantas pessoas superficialmente felizes no mundo, a maturidade veio atingir logo a mim; veja só! Mas eu não escolhi isso. Se tivesse liberdade de escolha, na certa ainda estaria enclausurada em meu mundinho particular de tortura e auto-destruição… Mas eu cresci. Não teve bifurcação; era esse caminho ou esse. Não sou mais menina mimada. Não sou mais pirralha birrenta. Não sou mais quem costumava ser. Cresci, e tão insuportável quanto clichê, impossível querer menos voltar no tempo e ter liberdade pra chorar e pedir colo.


By: Sissa Carvalho

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