sexta-feira, 30 de março de 2012

Algum lugar distante, 20 de março de 2012.


Algum lugar distante, 20 de março de 2012.
Dizem que temos que demonstrar nossas emoções na hora em que estamos sentindo, pois emoções perdem o valor depois de um certo tempo. Mas e quando eu simplesmente não puder te contar o que estou sentindo na hora que estou sentindo? Foi por isso que estou lhe escrevendo essa carta. Parece que, depois de um certo tempo, as coisas começaram a ficar meio confusas entre nós, sentimentos se perderam no meio de tanta bagunça. Quem sabe essa carta ajudasse…
Me sinto idiota por gostar de você. Acho que essa é uma das primeiras coisas que você deveria saber sobre mim. Quem sabe eu já tenha até mencionado isso em alguma de nossas conversas, mas nunca com tanta ênfase. Me sinto mais idiota ainda quando choro por sua causa, quando deixo de prestar atenção nas aulas para pensar em você e mais ainda quando lembro que você está com outra pessoa agora. Isso tudo me faz sentir inútil.
Queria te ter aqui do meu lado agora. Nem que fosse só para jogar conversa fora, assistir um filme bobo ou jogar Mario Kart, só sei que queria poder te olhar e dizer tudo o que sinto, mesmo que você não fosse dar muita importância.
Eu gosto de conversar sobre quando terminamos (se é que algum dia realmente começamos). Eu gosto de saber como as coisas aconteceram e o que te fez dizer tudo o que disse. E sabe o por quê disso? Porque gosto de procurar nas suas palavras qualquer coisa que me faça pensar que você ainda sente algo por mim.
Eu te quero de volta. Quem sabe eu até negasse no começo, só para parecer que não preciso de você, mas preciso. Soa um pouco egoísta, mas quero você sendo meu, só meu. Porém as coisas seriam diferentes desta vez, seriam mais… reais, entende? Cansei de viver esses sentimentos que mais parecem uma brincadeira.
Esse negócio de “quero que você seja feliz com ela” não combina comigo. Quero te ver sentindo a minha falta e precisando de mim. Quero te ver tão mal quanto eu fiquei, essa é a verdade. Quem sabe o motivo pelo qual eu tanto pergunto de vocês dois é para saber se alguma coisa está dando errado.
Te achei diferente de todas as pessoas que já conheci. Não sei o que me chamou a atenção em você, talvez tenha até sido os seus defeitos. Sabe, eu nunca gostei muito de pessoas perfeitas, uns defeitos até que são legais. Gosto de conversar com você até às duas da manhã, ter aquelas conversas bobas e nem um pouco produtivas, gosto de quando rio das suas piadas e quando você me chama só para contar alguma novidade. Gosto do seu jeito bobo. Gosto de você, gosto até demais. Pode ser até que ser eu goste dessa sua timidez em falar sobre sentimentos. Parece que gosto de te interrogar até conseguir descobrir alguma coisa. Você já percebeu que todas as perguntas que faço estão sempre querendo levar a uma só? “Você ainda gosta de mim?” essa é a pergunta que sempre quero chegar, mas nunca nunca encontro sua resposta.
A última coisa que quero que você saiba é quanto me magoou. Não foi o fato das coisas terem acabado que machucou, foi o jeito como elas acabaram. Num dia tudo estava perfeito e no outro é como se eu nem te conhecesse mais, como se nenhum sentimento nunca tivesse existido, como se fôssemos apenas conhecidos que se esbarraram numa esquina qualquer. Já disse o quanto me irrita te ver correndo atrás dela? Me lembra que você nunca correu atrás de mim. Ela é tão melhor do que eu assim? Por um momento (e que longo momento foi esse) senti como se não fosse boa o suficiente para ninguém, como se não tivesse importância. Você me fez sentir assim várias vezes. Será que as lágrimas foram maiores que os sorrisos?
E agora termino essa carta, essa carta que não espero resposta (se bem que eu adoraria receber uma, mas duvido), só desejando para que as coisas se resolvam. E agora, como me despedir? Acho que só resta lhe desejar boa sorte, mandar um abraço amigável e dizer que faria tudo outra vez.
(Heloísa Teixeira)

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