terça-feira, 4 de dezembro de 2012

“— Herlene Santos

Descobri uma coisa muito séria, algo que já deveria ter descoberto há tempos, mas creio que só caiu a minha ficha agora: EU NÃO NASCI COM VOCAÇÃO PARA O AMOR. Vou olhar mais pra mim. Porque eu não tenho tempo pra amar e não ser amada como deve ser. Não sou a humana mais digna, mas isso não quer dizer que não mereça receber um amor despretensioso e envolvente. Cansei de me jogar de cara numa paixonite que não sai do ‘ite’. Quero amor que transpira. Que te encara e te chama pra luta. Quero amor que te transforma em algo muito melhor do que você é hoje, sem que sequer perceba. Quero amor que mexa com todos os meus órgãos. Que faça o sangue correr quente e ao mesmo tempo suave como brisa. Quero amor que me vire ao avesso e depois saiba como me endireitar. Talvez eu esteja querendo demais. Amor esse que nunca terei ou não saberei reconhecer quando encontrá-lo. Sou bagunçada, desorientada. Perco-me em mim e quando olho pra trás é que vejo tudo que deixei passar. Sou lerda para o que é bom.  Distancio o real e palpável e aproximo a utopia. No final, nem sei onde fui parar.Não sei também do que tanto reclamo. Tem gente que viveu até os 90 e não encontrou esse tão sonhado amor e eu, aos 17, estou querendo ser apressada? ‘O apressado come cru’, já dizia a boa e velha sabedoria popular. Não quero cru. Quero do sabor irresistível e generoso que tem que ser pra jamais esquecer.  Doce, amargo, picante, salgado... Só não pode ter gosto de nada. Se não me instigar, saberei que não faz sentido algum. E o fato de não ter razão, já basta o amor em si. Complicação assim, por hora não.

Nenhum comentário:

Postar um comentário